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The Museum is Open

The Museum building will remain open to the public through October 17, 2025. For more information about visiting the Museum, please visit Plan Your Visit.

Nechama Tec

Nechama Tec acredita que é importante estudar o Holocausto sob vários ângulos. Em seus trabalhos, ela analisa os eventos onde os fenômenos do anti-semitismo e do sexismo se uniram e como as mulheres, específicamente elas, lidaram com a perseguição nazista.

Transcrição

NECHAMA TEC: As mulheres foram uma parte das vítimas do Holocausto, mas os homens também o foram. Ao analisar o comportamento de homens e mulheres, ou de jovens e pessoas mais velhas, podemos adquirir mais conhecimentos [sobre aquele desafortunado evento].

ALEISA FISHMAN: Como sobrevivente e socióloga, Nechama Tec acredita que é importante estudar o Holocausto sob vários ângulos. Em seu livro "Resilience and Courage: Women, Men, and the Holocaust" ("Resistência e Coragem: Mulheres, Homens e o Holocausto"), . Em seus trabalhos, ela analisa os eventos onde os fenômenos do anti-semitismo e do sexismo se uniram, e como as mulheres, específicamente elas, lidaram com a perseguição nazista.

Bem-vindo a "Vozes sobre o Anti-semitismo", uma série de podcasts do Museu Estadunidense Memorial do Holocausto, a qual foi possível graças ao generoso apoio da “Oliver and Elizabeth Stanton Foundation”. Meu nome é Alisa Fishman, e sou a apresentadora da série. A cada duas semanas, convidamos um participante para refletir sobre as diversas maneiras como o anti-semitismo e o ódio afetam o mundo nos dias de hoje. Com vocês, a socióloga e escritora, Nechama Tec.

NECHAMA TEC: Eu achei que seria importante analisar as mulheres, porque percebi que elas vivenciaram e reagiram ao Holocausto de maneira diferente dos homens. Então, resolvi que iria estudar as mulheres nas florestas [onde se esconderam dos nazistas], nos guetos [onde viviam confinadas], nos campos de concentração, e em todos os contextos através dos quais analisamos o Holocausto. Assim, eu estudei as mulheres e o que aconteceu a elas em cada um daqueles lugares.

A nação alemã possuía um sistema patriarcal, tal qual a maioria dos países europeus daquela época. Isso também acontecia nas famílias judaicas, o homem estava no comando, era o chefe da família. Então, de acordo com os padrões de relações que eles tinham, esperava-se uma flexibilidade muito maior por parte da mulher, pois elas tinham que ser submissas ao pai e depois ao marido. Isto não quer dizer que todas as mulheres se comportavam assim em toda e qualquer circunstância, mas as mulheres têm [tradicionalmente] uma história de acomodação e esta história gera flexibilidade.

Tomemos, por exemplo, a situação nos guetos. Muitas das minhas afirmativas são frutos de entrevistas diretas [com sobreviventes]. O que acontecia com os homens que eram levados para os guetos? Caso sobrevivessem, eles já haviam perdido o emprego e o status, e assim se tornavam em um nada, pois em um sistema patriarcal a personalidade de um homem é moldada por suas conquistas, tais como: Ele tem condições para ser o protetor de uma família? Ele tem condições para ser o provedor de uma família? Todas estas razões eram arrancadas deles. Eles foram humilhados, de maneira horrível, de propósito. No entanto, o domínio feminino – o da alimentação da família – continuou [mesmo na adversdade]. Por esta razão, embora elas perdessem muito, a parte básica de suas personalidades não eram destruídas.

O que buscamos quando começamos a analisar o Holocausto? Queremos aprender, queremos entender. Eu acredito que quanto mais pontos de vista você levar em consideração, quantos mais grupos estudados, melhores serão os resultados, porque uma única estória não é o suficiente para se obter uma resposta [representativa].